domingo, 13 de setembro de 2009

IMC, ICQ, Circunferência Abdominal: o que estes termos significam

As palavras “sobrepeso” e “obesidade” aparecem sempre associadas a baixos níveis de saúde, bem como ao risco de surgimento de doenças crônico-degenerativas. Entretanto, se o significado das palavras citadas nem sempre são claros para a população, pairam ainda dúvidas sobre nomenclaturas utilizadas no diagnóstico desses problemas, a exemplo do Índice de Massa Corpórea ou Corporal (IMC), Índice de Cintura/ Quadril (ICQ) e a Circunferência Abdominal.
O cálculo do índice de massa corpórea (IMC ou BMI, de “body mass index”, termo usado na língua inglesa), também conhecido por Índice de Quetelet em homenagem ao belga que o criou, é feito com utilização do peso corporal (em kg) dividido pela altura (em metros) elevada ao quadrado. Embora o cálculo seja relativamente simples e apresente boa correlação com a adiposidade corporal, este nem sempre é acurado ao predizer quando o peso pode resultar em problemas de saúde. Por exemplo, se a pessoa possui elevada massa muscular, o que acontece com atletas de modalidades que exigem força, pode apresentar IMC na faixa de obesidade, mas mesmo assim ser saudável e ter pouco risco de desenvolver diabetes ou ataque cardíaco. O IMC é mais utilizado na determinação do grau de obesidade em inquéritos populacionais, mas apresenta alguns problemas quando utilizado individualmente. Isso acontece porque o cálculo não é capaz de separar gordura central de gordura periférica, ou mesmo distinguir massa gordurosa de massa magra. Isso pode levar os usuários do método a superestimar o grau de obesidade em indivíduos musculosos como os atletas já citados. É claro que uma avaliação mais acurada pode detectar se o aumento de massa se deve á hipertrofia, edema e, principalmente, como está a distribuição da gordura. Para tanto, deve-se considerar limites de subnutrição, peso saudável e diversos graus de obesidade de acordo com a população estudada e seus diferentes grupos étnicos, que apresentam biótipo e conformação corpórea distintos. Algumas populações asiáticas, por exemplo, apresentam elevação de adiposidade e aumento dos fatores de risco cardiovasculares mesmo na presença de IMC normal.
Fórmula do IMC = Peso corporal/Altura2

Já o cálculo da relação cintura-quadril (Waist Hip Ratio em inglês) é calculado através da divisão do maior perímetro abdominal entre a última costela e a crista ilíaca pelo perímetro dos quadris (medido no ponto exato entre os trocânteres femorais ou maior circunferência das nádegas). Índices superiores que 0,8 em mulheres e 0,9 em homens indicam distribuição central de gordura, e estatisticamente se correlacionam com maior quantidade de gordura visceral medida por métodos de imagem como tomografia ou ressonância magnética.
A circunferência abdominal é a medida do diâmetro do abdome em um ponto específico (geralmente ao nível do umbigo). A circunferência abdominal pode ser uma medição objetiva de excesso de peso, principalmente se utilizada como instrumento dentro de uma avaliação ampla. Se você carrega a gordura principalmente na região abdominal, ao redor da cintura, estará mais propenso a desenvolver problemas de saúde do que uma pessoa que apresenta a maior parte da gordura nas coxas e quadris. A medida é importante mesmo quando o índice de massa corporal está na faixa considerada normal. Para as mulheres, medidas da cintura superiores a 88 centímetros, ou superiores a 100 centímetros para os homens podem significar risco maior de sofrer enfermidades. Para medir sua circunferência da cintura, coloque uma fita métrica em volta do seu abdômen (nu), um pouco acima do osso do quadril. Certifique-se que a fita esteja justa, mas não a ponto de comprimir sua pele, e paralela ao solo. Relaxe, exale, e meça sua cintura.
Os indivíduos podem apresentar distribuição de gordura do tipo andróide, conhecida “forma de maçã”, com maior parte da gordura intra-abdominal, ou ginóide, em “forma de pêra”, que tem como característica a maior parte da gordura nas ancas, coxas e nádegas. Nós homens, temos maior probabilidade de sermos “maçã” enquanto as mulheres “pêra”.
Agora, o que você precisa fazer se suas medidas se enquadram nos fatores de risco, é assunto para outra coluna.

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